Ao longo da vida de qualquer pessoa, a ergonomia muda, ao menos 2 vezes. A primeira fase, de crescimento, as medidas vão se alterando conforto o crescimento da criança, até atingir a fase adulta. Esta fase é muito dolorida, pois esbarramos em objetos e móveis, pois ainda estamos nos adaptando às nossas novas medidas. Já na fase adulta, as medidas se estabelecem muitos anos, e fica mais fácil movimenta-se. Mas dificuldades voltam a aparecer com o passar dos anos, pois já não é tão simples senta-se ou levantar-se do chão, ou alcançar objetos, que precisam de alongamentos. O corpo já não responde mais da mesma maneira, e as dificuldades de movimentação começam a aparecer cada vez mais. Hoje, conseguimos viver por mais tempo, e a expectativa de vida está cada vez mais longe, pois temos vivido melhor.

Na primeira fase, usamos muito da metodologia montessoriana, e acabamos deixando os objetos ao alcance da criança, e assim ela cria mais independência e autonomia. Os ajustes de alturas são alterados com menor tempo, pois a fase de crescimento acontece com muita rapidez.

Já na fase mais madura, onde começamos a ter dificuldades, as adaptações são mais sutis, mas fazem muita diferença. A moda das camas altas perdem o sentido, pois demandam um esforço muito grande para subir ou descer da cama, e isto pode ocasionar acidentes domésticos. Além disso, os estofados muito moles e que afundam, precisam ser trocados por um estofados mais firmes, sem perder o conforto, mas que facilitam o apoio para se levantar. Colocar gavetas na parte inferior dos armários, também facilita muito, pois além de agachar, algumas vezes ainda precisamos esticar o braço para pegar algo lá do fundo. A gaveta traz para perto, e não precisa ficar fazendo ginástica e sofrendo com as dores no corpo, ou até mal jeito. Os tapetes precisam ser antiderrapantes ou até mesmo retirados de dentro de casa, evitando os tropeções.

Além disso, não podemos deixar de falar de outras adaptações para pessoas que sofrem acidentes e precisam levar uma nova fase na sua vida. Isto, não quer dizer que precisamos deixar de fazer as coisas que fazíamos, mas que precisamos apenas facilitar para que tudo tenha menos impacto, e que ainda continue tendo independência e autonomia, sem precisar ficar pedindo para outras pessoas fazerem. Nestes casos, precisa entender quais são as mudanças necessárias e quais são as dificuldades que podem encontrar no cotidiano.

Entender cada fase e suas mudanças de dimensionamento e ergonomia são essenciais para que as adeuqações possam ser feitas de acordo com as necessidades.