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  • Foto do escritorMel Domezi

Arquitetura deficiente


As paraolimpíadas acabaram há pouco tempo.

A acessibilidade e autonomia na arquitetura no Brasil se mostrou deficiente. Muitas foram as reformas feitas nestes estádios e áreas de competição, e seus anexos.

Mesmo com as adaptações necessárias, ainda ficou muito a desejar.

Os motivos são muitos: nascimento com algum tipo de complicação, acidentes, doenças, cirurgias, idade avançada, etc.

Adaptar as atividades cotidianas dentro de casa já é um grande desafio. Muitas vezes nem percebemos que nossos pais e avós estão envelhecendo, e algumas limitações começam a aparecer. Até mesmo o choque de mudança de realidade, como um caso de acidente, pode ser bem complicado para aceitar e adaptar. Ou mesmo um simples problema de catarata, que podem dificultar a visão, e acabar com pequenos acidentes, até um tombo com alguns ossos quebrados, que são mais comuns do que se pode imaginar. Acidentes domésticos são númerosos, especialmente quando falamos em terceira idade.

Dar autonomia para estas pessoas pode deixar tudo mais leve, confortável e alegre. Sentir-se independente, sem precisar de outra pessoa para ajudar, ou dependendo da paciência e do bom humor de algum parente acaba desgastando a todos os envolvidos dentro de casa.

Entender cada necessidade, e fazer as adaptações dentro da própria casa ajudam a elevar a autoestima, e evitar a depressão.

Pequenos detalhes podem fazer muita diferença: tirar o tapete escorregadio ou que faz um degrau no piso, colocar barras auxiliares no banheiro ao lado do vaso ou dentro do box, mudar os móveis baixos que podem ser obstáculos, mudar a decoração cheia de vasos e vidros que quebram ao cair no chão, melhorar a iluminação, colocar a tecnologia à disposição (comandos de voz, automação de portas, biometrias, automação de iluminação, home theater, etc), abrir espaço para cadeirantes, entre outros. Cada caso deve ser estudado para que a pessoa sinta-se livre para fazer tudo o que precisa dentro de casa, ou seja, deixar a arquitetura deficiente, completamente eficiente.

Dar liberdade de viver com maior conforto e independente pode ser libertador, especialmente quando sair de casa se torna um problema ainda maior, pois nossas cidades são muito pouco preparadas para dar a mesma liberdade e independência. Conseguir fazer algo dentro de casa já ajuda a otimizar uma situação ruim, onde o apoio da família é imprescindível para qualquer pessoa. Nisto, as paraolimpíadas nos ensinaram muito. A superação e o apoio foram os motores que ajudaram não só os atletas, mas também quem pode presenciar e ter contato com histórias incríveis, em que os limites não foram obstáculos para ninguém.


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